Milo Rau, Servane Dècle
O Julgamento Pelicot
Tributo a Gisèle Pelicot

Entrada livre

11 outubro

Lisboa – Panteão Nacional Bienal 2025 performance

«A vergonha deve mudar de lado». Com estas palavras, bem como com a sua decisão de tornar público o seu julgamento, Gisèle Pelicot tornou-se um símbolo na luta para acabar com a violência contra as mulheres. O caso de violação ocorrido em Mazan, pequena cidade no sul de França, revela como homens comuns de todas as idades e origens sociais são capazes de cometer um crime desumano: a violação repetida de uma mulher inconsciente.

Concebido como uma vigília performativa, a cena transforma-se num tribunal expandido, onde se reconstrói o julgamento a partir de centenas de horas de testemunhos, provas, entrevistas, análises forenses, registos visuais, colagens e textos académicos. A encenação de Milo Rau, em colaboração com a dramaturga e ativista Servane Dècle, não procura reconstituir os factos, mas criar uma arquitetura de escuta, memória e resistência.

Num tempo em que a justiça é tantas vezes palco de revitimização, “O Julgamento Pelicot” devolve a dignidade da voz a quem foi silenciado. O público, como testemunha, percorre uma topografia emocional e política que torna visível a paisagem do trauma. No cenário simbólico do Panteão Nacional, este projeto devolve à arte a sua função pública: fazer ver, fazer sentir, e, acima de tudo, fazer lembrar.

Wiener Festwochen ©Nurith Wagner-Strauss
Wiener Festwochen ©Nurith Wagner-Strauss

Sessões

11.10.25

Panteão Nacional, Lisboa

18:00 – 22:30
Encenação, dramaturgia e investigação
Milo Rau e Servane Dècle
Dramaturgia de produção
Nastasia Griese
Agradecimentos
Aos advogados de Gisèle Pelicot, Stéphane Babonneau e Antoine Camus; às jornalistas Adèle Bossard (Ici Vaucluse), Jean-Philippe Deniau (Radio France), Britta Sandberg (Der Spiegel), Valérie Manteaue, Marion Dubreuil, Lenaïg Bredoux (Mediapart), Le Monde, 604.cafe, Tal Madesta, Helene Devynck, ao perito Laurent Layet, ao procurador Jean-François Mayet, à advogada Kabore, Caroline Darian, às ativistas feministas Justine Le Noac’h e Nellie (NousToustes 84), Morgan N. Lucas, Lola Lafon, Nicolas Hénin, Manon Garcia, Geoffroy de Lagasnerie, investigadores Solenne Jouanneau, Aïcha Limbada, Guillaume Carnino, Baptiste Morizot, Camille Bègue, e Centre Norbert Elias (CNRS- Aix-Marseille Université - Avignon Université) : Dorothée Dussy, Lucille Florenza, Stéphanie Fonvielle, Riwanon Gouez, Mélanie Gourarier, Fatma Hamdoun, Laurence Hérault, Corentin Legras, Céline Lesourd, Perrine Lachenal, MichèleSalord-Lopez, Irène Seriau, e Raphaël Perrin.
Comissão e produção
Festival de Viena (Wiener Festwochen)
Coprodução
Festival d’Avignon
Co-apresentação
BoCA - Biennial of Contemporary Arts (Lisboa)
Apoio à apresentação em Lisboa
MaisFRANÇA - Institut français du Portugal
Duração e classificação
4h30, M/18
Avisos / Alertas
Este projeto contém temas para adultos e linguagem forte.
Obs.
Entrada livre, sem reserva, sujeito à lotação do espaço.
Performance em português.

Próximos eventos

10 setembro – 26 outubro

Instalação

Espaço BoCA

Os Espacialistas

Mappa: Concetto Spaziale

Concebida para o Espaço BoCA, em Lisboa, a instalação cenográfica Espacialista intitulada “Mappa: Concetto Spaziale” foi criada para ser o ponto de encontro da bienal, um espaço que acolhe concertos, performances, conversas, workshops, uma loja e momentos de convívio.

9 – 15 outubro

Instalação, performance

Estufa Fria

El Conde de Torrefiel

Yo No Tengo Nombre

A instalação performativa “Yo No Tengo Nombre” usa um ecrã LED que atravessa a paisagem, projetando um texto entre o poético e o profético. Este discurso questiona a relação entre o ser humano e a natureza, invertendo o papel do observador: e se for a natureza a olhar e nomear-nos?

10 – 10 outubro

performance, música, cinema

A Voz do Operário

Chrystabell

The Spirit Lamp

Chrystabell apresenta “The Spirit Lamp”, um espetáculo que nos transporta para um território onde a música e a imagem se tornam luminescência, mapeado pela memória criativa de David Lynch.