Bienal 2025 – Camino Irreal

Candela Capitán
SOLAS

16 – 16 outubro

Lisboa – 8 Marvila Bienal 2025 performance, dança

© Bruno Simão

Através de peças coreográficas, instalações imersivas e performances, a coreógrafa espanhola Candela Capitán explora a alienação, a erotização e a automatização do desejo em ambientes digitais, onde o corpo fica preso entre a vigilância e a exposição constante.

A performance “SOLAS” aborda a sobre-exposição do corpo feminino na era digital. Cinco intérpretes, cinco computadores e uma plataforma de streaming partilham o mesmo espaço — físico e virtual — num dispositivo coreográfico onde um grupo de performers mulheres se contemplam a si mesmas enquanto são observadas, numa encenação que confronta o olhar, a repetição e a vigilância.

Entre o palco e o ecrã, “SOLAS” constrói uma estética pós-internet: luzes de dispositivos móveis, bodies futuristas, computadores Apple, erotismo domesticado. Tudo aqui é superfície, reflexo, pixel. A coreografia, expandida para o mundo online, não apenas ocupa o espaço digital, denuncia-o. Com banda sonora da artista brasileira Slim Soledad, o espetáculo investiga a erosão da identidade nas redes sociais, a estetização do desejo e a mercantilização do corpo feminino no mercado imaterial dos dados.

“SOLAS” é tanto um exercício de visibilidade como uma crítica feroz à forma como os corpos femininos são capturados, reproduzidos e esvaziados no ciclo infinito das imagens. Questiona o hiperindividualismo, o narcisismo algorítmico e a opacidade de uma cultura onde se vê tudo mas se compreende pouco. Aqui, o corpo não é apenas observado — é devolvido ao seu potencial disruptivo, como território político e sensível em plena hipervisibilidade.

Sessões

16.10.25

8 Marvila, Lisboa

21:00
Coreografia e criação cénica
Candela Capitán
Interpretação
Rocío Begines, Laia Camps, Mariona Moranta, Vera Palomino, Julia Romero
Direcção de ensaios e assistência coreográfica
Virginia Martín
Desenho de som
Slim Soledad
Desenho de iluminação
Valentina Azzati
Figurinos
Candela Capitán, extraído do seu solo Dispositivo de Saturação Sexual, iniciado em 2019.
Assistência à dramaturgia
Joan Morey
Documentação fotográfica
Daniel Cao
Co-produção:
Teatros del Canal, Institut del Teatre de Barcelona, Goethe Institut e Fabra i Coats: Fàbrica de Creació de Barcelona
Projeto desenvolvido com o apoio concedido pela 15.ª edição de residências artísticas do Centro Coreográfico Canal para criadores e companhias profissionais, organizado pela Consejería de Cultura y Turismo da Comunidad de Madrid.
Apoio à apresentação em Lisboa
Institut Ramon LLull
Duração e Classificação
60min, M/16
Aviso/Alerta
Este espetáculo tem luz estroboscópica