Isabel Cordovil
História do Escudo
Ciclo de performances “Quero Ver as Minhas Montanhas”

Entrada livre

27 setembro Outras Sessões

Madrid – Goethe-Institut Madrid Bienal 2025 performance

Na 5ª edição da BoCA Bienal, o ciclo de performances em espaços naturais “Quero Ver as Minhas montanhas” regressa com três performances das artistas Isabel Cordovil, Gemma Luz Bosch e Janet Nóvas que revisitam o legado de Beuys. Entre Lisboa e Madrid, as suas criações inéditas inscrevem novos vínculos entre arte, ecologia e imaginação.

Da Idade do Bronze às urgências ambientais do presente, esta performance investiga a evolução do escudo como objeto de proteção, transformando a defesa num gesto poético e político. Através de uma narrativa que cruza arqueologia, ativismo e ficção, o trabalho revela a continuidade entre os escudos que protegem corpos humanos e aqueles improvisados para defender corpos não humanos, como as árvores urbanas.

O ponto de partida da pesquisa são os protestos madrilenos de 2004, nos quais os manifestantes criaram barreiras humanas para salvar as árvores do Paseo del Prado. Inspirada por este ato, a performance projeta um novo capítulo para essa história: a apresentação de um “Escudo Anti-Abate” concebido para a polémica de 2025 em Lisboa, onde os jacarandás da Avenida 5 de Outubro estão ameaçados.

A performance convida o público a uma caminhada reflexiva, com início no Goethe-Institut, em Madrid, e na Biblioteca Nacional, em Lisboa, rumo ao local da ação, reimaginando coletivamente a relação entre cuidado, resistência e espaço público.

Biografia
O trabalho de Isabel Cordovil (Portugal, 1994) desenvolve-se entre noções de arqueologia narrativa e a reinvenção simbólica. O seu campo de ação abrange a instalação e a escultura - frequentemente marcado por uma sensibilidade teatral e por um profundo envolvimento com os materiais, formas e rituais da tradição iconográfica - com o intuito de reinventar e re-explorar mitos, folclore, imaginário religioso, literatura, paisagens oníricas e o inconsciente coletivo. Cordovil encara a linguagem e os símbolos como instrumentos mutáveis de criação de sentido, acolhendo a má interpretação, a manipulação e a distorção lúdica como estratégias para ampliar a sua agência.

Sobre o ciclo “Quero ver as Minhas Montanhas”
Em 2021, no centenário de Joseph Beuys, a BoCA inaugurou o projeto “A Defesa da Natureza”, uma proposta a dez anos que parte da ação 7.000 carvalhos para pensar a ecologia como gesto artístico e coletivo. Inclusivo e participativo, o projeto convida cidadãos a plantar árvores e a nomeá-las, numa prática que prolonga a ideia de Beuys de que “todos podemos ser artistas”. A este gesto inicial sucede-se a criação de performances, encontros e debates, aliando programação artística à criação de espaços naturais. Foi neste contexto que nasceu no mesmo ano o ciclo “Quero Ver as Minhas Montanhas”, com curadoria de Delfim Sardo e Sílvia Gomes. Artistas como Sara Bichão, Diana Policarpo, Dayana Lucas, Gustavo Sumpta, Gustavo Ciríaco, Musa paradisiaca e o coletivo Berru criaram intervenções em paisagens naturais de Lisboa, Almada e Faro.

Sessões

27.09.25

Goethe-Institut Madrid, Madrid

12:00

28.09.25

Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa

17:00
Conceção e perfomance
Isabel Cordovil
Comissão e Produção
BoCA - Biennial of Contemporary Arts (Lisboa)
Apoio à apresentação em Madrid
Goethe-Institut Madrid
Obs.
Ponto de encontro em Madrid: 12h00 no Goethe-Institut
C. de Zurbarán, 21, Chamberí, 28010 Madrid

Ponto de encontro em Lisboa: 17h00 na Biblioteca Nacional
Campo Grande 83, 1749-081 Lisboa

Duração aproximada: 30 minutos

Próximos eventos

10 setembro – 26 outubro

Instalação

Espaço BoCA

Os Espacialistas

Mappa: Concetto Spaziale

Concebida para o Espaço BoCA, em Lisboa, a instalação cenográfica Espacialista intitulada “Mappa: Concetto Spaziale” foi criada para ser o ponto de encontro da bienal, um espaço que acolhe concertos, performances, conversas, workshops, uma loja e momentos de convívio.

27 – 28 setembro

dança

Carpintarias de São Lázaro

Elena Córdoba, Francisco Camacho

Uma ficção na dobra do mapa

Um reencontro entre dois coreógrafos, que regressam a um diálogo iniciado há dez anos, onde a memória e o corpo são arquivos vivos. Partindo da ideia de se habitar mutuamente, este projeto revisita a partilha profunda entre ambos, agora consciente das transformações do tempo e do modo como o passado ressoa no presente.

27 – 28 setembro

teatro, dança

Museo Nacional del Prado

Tiago Rodrigues, Sofia Dias & Vítor Roriz, Patrícia Portela, Angélica Liddell, Rodrigo García

Palavras e gestos: para uma coleção performativa no Museu do Prado

“Palavras e Gestos” consiste num ciclo que convida quatro artistas de teatro – Tiago Rodrigues (PT) com Sofia Dias & Vítor Roriz (PT), Patrícia Portela (PT), Angélica Liddell (ES) e Rodrigo García (AR/ES) – a escrever e dirigir criações inspiradas em obras da coleção do Museu do Prado.