Kiluanji Kia Henda cria, a convite da BoCA, um projeto que assume dois formatos distintos: primeiro, um espetáculo de teatro, apresentado em parceria com o Teatro Nacional D. Maria II; de seguida, uma instalação de grande escala que contempla ativações performativas pontuais, apresentado em parceira com o MAAT.
No deserto angolano, outrora o fundo de um mar, viajantes que retornam às suas terras podem ser alvos de “pemba/mbindi”, feitiço para mantê-los na comunidade sem que estes consigam voltar a partir. No espetáculo de teatro “Coral dos Corpos sem Norte”, Kiluanji Kia Henda pensa a migração como um processo da pemba. O ir como um voltar. A viagem como um ficar no sítio. Uma maldição que nos acompanha a cada passo e nos leva de regresso ao ponto de partida.
Um caminho de círculos concêntricos sem início e sem final. A condição de diáspora, forçada ou escolhida, faz parte da condição humana. Porém, nesse movimento, ao invés de paraísos temo-nos deparado com infernos militarizados. Especialmente aqueles que acreditam numa vida possível no continente europeu, encontram uma realidade atroz. Segundo o artista, a Europa tentou construir desde o Iluminismo uma imagem de razão, paz e moralidade, sendo a força supremacista que colonizou o continente africano, um continente que mesmo após a independência, não conseguiu lograr um lugar de paz para poder albergar os seus. O Mar Mediterrâneo tornou-se assim, um cemitério de corpos sem norte. Um cemitério das vidas ceifadas na tentativa desesperada de travessia.
Kiluanji Kia Henda
Coral dos Corpos sem Norte
Espetáculo
20 – 21 setembro
Lisboa – Sala Estúdio Valentim de Barros / Jardins do Bombarda (TNDM II) Bienal 2025 teatro
- Sessões
20 – 21.09.25
Sala Estúdio Valentim de Barros / Jardins do Bombarda (TNDM II), Lisboa
19:00, 16:00
Estreia Mundial
- Conceito e encenação
- Kiluanji Kia Henda
- Texto
- Kiluanji Kia Henda e Lucas Parente
- Coreografia
- Kiluanji Kia Henda, Vânia Doutel Vaz e Natacha Campos
- Intérpretes
- Natacha Campos e Lua Aurora
- Apoio à dramaturgia
- Zia Soares
- Música
- Michel Figueiredo (aka Zumbi Albino)
- Técnico de som
- Bernardo Barata
- Desenho de luz
- Iorgos Konstantinidis
- Edição de vídeo
- Lucas Parente
- Figurinos
- Neusa Trovoada
- Modelação e modelagem em gesso
- Eva Lopes
- Desenho técnico
- Lilianne Kiame
- Construção e instalação
- Forsemat Lda
- Produção executiva
- Olivia Portellada
- Comissão e produção
- BoCA - Biennial of Contemporary Arts (Lisboa)
- Co-produção
- Teatro Nacional D.Maria II, MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
- Duração e classificação
- 55 min, M/12
- Obs.
- Português (com legendas em inglês)
Próximos eventos
10 setembro – 26 outubro
Instalação
Espaço BoCA
Os Espacialistas
Mappa: Concetto Spaziale
9 – 15 outubro
Instalação, performance
Estufa Fria
El Conde de Torrefiel
Yo No Tengo Nombre
10 – 10 outubro
performance, música, cinema
A Voz do Operário
Chrystabell