Alberto Cortés
Analphabet (cancelado)

Lisboa – Teatro do Bairro Alto Bienal 2025 teatro

© Alejandra Amere

Alberto Cortés é, sem dúvida, o artista com maior destaque na cena teatral espanhola da atualidade. Cria em “Analphabet” a aparição de um fantasma romântico, à beira-mar, uma figura que canta, narra e confronta a ideia de casal. Este espírito — simultaneamente poético, queer e trágico — emerge da falha amorosa, carregando uma ferida que não cicatriza, uma linguagem que tropeça, um romantismo que insiste em sobreviver.

Cortés inventa o mito de uma entidade que visita casais em crise, não para curar, mas para revelar. A sua presença ilumina a ravina emocional a que chamamos “relação”, desvelando as violências – subtis ou explícitas – que circulam no amor, sobretudo em relações queer ainda atravessadas por estruturas patriarcais.
O espetáculo constrói-se como uma canção dilacerada, um poema encarnado, um grito de advertência e desejo. Inspirado por paisagens do romantismo alemão e pela densidade emocional andaluza e basca, o fantasma de “Analphabet” não procura reconciliação, mas oferece antes uma abertura.

Mais do que uma peça de teatro, “Analphabet” é uma evocação poética. Uma presença incómoda que murmura aos amantes distraídos. Um aviso lírico de que o amor, para ser lugar de cuidado, tem de ser reescrito desde a fragilidade, e não apesar dela.

Sessões

Teatro do Bairro Alto, Lisboa

Obs.:
As sessões do espetáculo Analphabet de Alberto Cortés, apresentado pelo TBA e pela BoCA - Biennial of Contemporary Arts, previstas para 10 e 11 de setembro, foram canceladas. Para pedidos de devoluções, deve contactar diretamente o ponto onde adquiriu o bilhete: a Bilheteira do TBA através do e-mail bilheteira@teatrodobairroalto.pt ou a BOL através do e-mail ajuda@bol.pt. O TBA, a BoCA e a equipa artística estão a tentar encontrar uma nova data para apresentar este espetáculo.
Conceito, dramaturgia, textos, direção e interpretação
Alberto Cortés
Violino e conversas
Luz Prado
Desenho de luz
Benito Jiménez
Técnicos de luz
Benito Jiménez, Cristina Bolívar
Som
Óscar Villegas
Coordenação técnica
Cristina Bolívar
Gravações de piano
César Barco
Espaço cénico
Víctor Colmenero
Figurinos
Gloria Trenado
Olhar exterior
Mónica Valenciano
Fotografia
Alejandra Amere
Vídeo
Johann Pérez Viera
Produção
El Mandaíto Producciones SL
Coprodução
TNT Terrasa Noves Tendències, Centro de Cultura Contemporánea Condeduque, FITEI-Festival Internacional de Teatro de Expressáo Ibérica, Centre de les Arts Lliures de la Fundació Joan Brossa e Festival Iberoamericano de Teatro de Cádiz
Colaboração
Azala, Graner, Goethe-Institut Madrid, Escena Patrimonio, Festival de Otoño, Programa de Residencias Artísticas de la Agencia Andaluza de Instituciones Culturales, Ayuntamiento de La Rinconada

Próximos eventos

10 setembro – 26 outubro

Instalação

Espaço BoCA

Os Espacialistas

Mappa: Concetto Spaziale

Concebida para o Espaço BoCA, em Lisboa, a instalação cenográfica Espacialista intitulada “Mappa: Concetto Spaziale” foi criada para ser o ponto de encontro da bienal, um espaço que acolhe concertos, performances, conversas, workshops, uma loja e momentos de convívio.

9 – 15 outubro

Instalação, performance

Estufa Fria

El Conde de Torrefiel

Yo No Tengo Nombre

A instalação performativa “Yo No Tengo Nombre” usa um ecrã LED que atravessa a paisagem, projetando um texto entre o poético e o profético. Este discurso questiona a relação entre o ser humano e a natureza, invertendo o papel do observador: e se for a natureza a olhar e nomear-nos?

10 outubro

performance, música, cinema

A Voz do Operário

Chrystabell

The Spirit Lamp

Chrystabell apresenta “The Spirit Lamp”, um espetáculo que nos transporta para um território onde a música e a imagem se tornam luminescência, mapeado pela memória criativa de David Lynch.