Noé Soulier é coreógrafo, bailarino e filósofo. Pesquisar as formas de tornar estranha a experiência das ações mundanas e revelar toda a sua riqueza é apenas uma das suas linhas de investigação coreográficas. É Noé Soulier quem afirma que qualquer ação ou movimento do quotidiano é sempre fragmentária, como a dança que cria: “há zonas de intensidade, outras no limite da consciência e outras completamente inconscientes”. É isto também que pesquisa em “Passages”.
“Passages” é um projeto nómada, que explora a relação entre o movimento dos corpos e dos lugares onde estes inscrevem as suas ações. Ao atuar sobre objetos imaginários, os performers desencadeiam ressonâncias em múltiplas escalas e dimensões, num ativar de memórias físicas nos espetadores, partindo da relação com os espaços que habitam.
Lucas Bassereau, Meleat Fredriksson
Yumiko Funaya, Nangaline Gomis
Nans Pierson
Adaptado-se a uma variedade de contextos arquitetónicos, quer se trate do claustro do Museu Municipal de Faro com os seus corredores e jardim ou do relvado com diversas estátuas do Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, a coreografia de “Passages” é constituída por um vocabulário corporal que Noé Soulier tem desenvolvido ao longo de dez anos. Utilizando a “motricidade imediata” de ações como agarrar, atirar, apanhar ou roçar, Noé Soulier explora o património motor que o humano partilha também como o animal.