A 6 de Abril de 1933, a convite de René Allendy, Antonin Artaud propôs ao público da Sorbonne uma conferência com o estranho título “O Teatro e a Peste”. Ninguém prenunciava o espetáculo que ali iria ter lugar. A única documentação existente é apresentada no Diáriode Anaïs Nin: “Allendy e Artaud sentados atrás de uma grande secretária. Allendy apresentou Artaud.
A sala estava apinhada.(…) não há palavras para descrever o que o Artaud interpretava no estrado da Sorbonne. Esquecia a conferência, o teatro, as suas ideias, o doutor Allendy ao seu lado, o público, os jovens estudantes, a sua mulher, os professores e os encenadores. Tinha o rosto em convulsões de angústia e os cabelos ensopados em suor. Os olhos dilatavam-se, enrijava os músculos, os dedos lutavam para conservar a flexibilidade. Berrava. Delirava. Representava a sua própria morte, a sua própria crucificação. As pessoas começaram a ficar de respiração cortada. Depois desataram a rir. Toda a gente ria! Assobiava. Por fim, as pessoas foram saindo uma a uma, com um grande ruído, a falar, a protestar. Ao saírem, batiam com a porta. (…) Mas Artaud continuava, até ao último suspiro.”
Em Abril de 2020, em pleno período de confinamento obrigatório, derivado da pandemia Covid-19, os teatros estão vazios. É recriada a conferência “O Teatro e a Peste” de Antonin Artaud.
Albano Jerónimo e Lídia Fernandes | Teatro Romano
Cucha Carvalheiro e Aida Tavares | São Luiz Teatro Municipal
Mónica Calle e Francisco Frazão | Teatro do Bairro Alto
Igor Regalla e Susana Menezes | LU.CA
John Romão e Patrícia Portela | Teatro Viriato
Transmissão online
-
2 Agosto (domingo), 21h
-
Com: Cucha Carvalheiro e Aida Tavares (São Luiz Teatro Municipal)
-
Vídeo | O Teatro e a Peste (SLTM) | Cucha Carvalheiro | John Romão e Salomé Lamas