Na 5ª edição da BoCA Bienal, o ciclo de performances em espaços naturais “Quero Ver as Minhas montanhas” regressa com três performances das artistas Janet Novás, Isabel Cordovil e Gemma Luz Bosch que revisitam o legado de Beuys. Entre Lisboa e Madrid, as suas criações inéditas inscrevem novos vínculos entre arte, ecologia e imaginação.

Esta performance de Janet Novás parte do legado de Joseph Beuys para escutar o que ressoa no seu corpo. A frase do artista alemão - “Não tenho outra possibilidade de comunicar se não é através do meu corpo” - cruza-se com a prática de Nóvas, situada entre dança, música, cinema e performance, onde o corpo se torna arquivo e transmissor do invisível. Entre ficção, voz e movimento, a criação aproxima-se do animal e do instintivo como fontes de saber e transformação. Inspirada na dimensão mística de Beuys e na força dos objetos como portadores de memória e energia, a performance convoca uma relação viva com a natureza, lembrando que o essencial nem sempre se revela pela palavra.

Biografia
Janet Novás. Bailarina, professora e criadora galega. Reside em Barcelona desde 2020. Estudou dança contemporânea em Madrid, Bruxelas e Berlim. Em 2008, começou a criar e desenvolver os seus próprios projetos. O seu trabalho é construído a partir da observação, da experiência e do diálogo com o seu corpo como principal ferramenta, apostando na sua própria linguagem, moldando o conteúdo emocional e a simplicidade estética que caracterizam o seu trabalho. As suas criações foram apresentadas em prestigiados festivais nacionais e internacionais, como Rencontres Chorégraphiques, Festival de Marselha, Festival Nouvelles-Pole Sud, Cement Festival, FIDCU (Montevidéu), MOV_S, TNT Dansa, Festival de Otoño, Centro Cultural Conde Duque e Mercat de les Flors, entre outros.
Sobre o ciclo “Quero ver as Minhas Montanhas”
Em 2021, no centenário de Joseph Beuys, a BoCA inaugurou o projeto “A Defesa da Natureza”, uma proposta a dez anos que parte da ação 7.000 carvalhos para pensar a ecologia como gesto artístico e coletivo. Inclusivo e participativo, o projeto convida cidadãos a plantar árvores e a nomeá-las, numa prática que prolonga a ideia de Beuys de que “todos podemos ser artistas”. A este gesto inicial sucede-se a criação de performances, encontros e debates, aliando programação artística à criação de espaços naturais. Foi neste contexto que nasceu no mesmo ano o ciclo “Quero Ver as Minhas Montanhas”, com curadoria de Delfim Sardo e Sílvia Gomes. Artistas como Sara Bichão, Diana Policarpo, Dayana Lucas, Gustavo Sumpta, Gustavo Ciríaco, Musa paradisiaca e o coletivo Berru criaram intervenções em paisagens naturais de Lisboa, Almada e Faro.