Dino D’Santiago
Badiu: batuku e funaná, sons da resistência (cancelado)
Workshop de música

3 – 3 outubro

Madrid – La Casa Encendida Bienal 2025 workshop, música

Este workshop dirigido por Dino D’Santiago convida-nos a refletir sobre como a música desempenha um papel vital na resistência à opressão colonial e na busca pela emancipação coletiva.

O Funaná e o Batuku são expressões culturais de resistência e identidade em Cabo Verde, ambas surgindo como manifestações populares durante o período colonial. O funaná, originário do interior de Santiago, foi inicialmente estigmatizado pela Igreja e pelo regime colonial, mas resistiu nas zonas rurais e espalhou-se para os centros urbanos após a independência.

O Batuku, uma expressão predominantemente feminina, é marcado por uma dança circular e o uso da txabeta. Apesar de também ter sido alvo de repressão durante o período colonial, sendo considerado imoral e subversivo, o Batuku resistiu e tornou-se um ritual de celebração e resistência.

É a partir desta herança de resistência, que o músico Dino D’Santiago nos convida a refletir em como a música desempenha um papel vital na resistência à opressão colonial e na busca pela emancipação coletiva.

Biografia
Dino D’Santiago (Quarteira, 1982) é músico, compositor e ativista. Filho de pais cabo-verdianos, cresceu entre o Algarve e a tradição oral africana, territórios que mais tarde cruzaria com as linguagens da eletrónica, criando uma sonoridade singular no panorama musical português. Iniciou o percurso na televisão, mas foi na composição autoral que consolidou o seu lugar: Eu e os Meus (2008) e Eva (2013) marcaram a sua estreia a solo. Uma viagem à ilha de Santiago transformou o seu percurso artístico, dando origem a Mundu Nôbu (2018), álbum que o revelou ao grande público e redefiniu o seu universo musical. Desde então, tem explorado cruzamentos entre funaná, morna, batida, gospel, soul e R&B, dando corpo a uma música de resistência e cura, marcada pela diáspora. Reconhecido com vários prémios — incluindo três Play em 2019 —, colaborou com artistas como Branko, Slow J, Julinho KSD, Pedro da Linha e Madonna, integrando a digressão Madame X. Fora do palco, tem-se afirmado como curador e agente de transformação social: fundou a plataforma Lisboa Criola, com que promove artistas afrodescendentes em instituições como o MAAT, a Gulbenkian, a BoCA ou o Festival Iminente. Em 2023, participou na Bienal de São Paulo, a convite de Grada Kilomba. A sua música é também uma declaração política: canta em crioulo, português e inglês, para dar voz a memórias e futuros comuns, entre a ancestralidade e a reinvenção. Dino D’Santiago é hoje uma figura incontornável da cultura portuguesa e da nova música global.

Sessões

03.10.25

La Casa Encendida, Madrid

Destinatários
M/18, estudantes, profissionais de música e pessoas interessadas nas temáticas propostas.
Inscrições
Entrada livre, sujeita a reserva por AQUI
Parceria
La Casa Encendida
Apoio
Programação Cultural Cruzada Portugal-Espanha – 50 anos de democracia, República Portuguesa - Cultura, Juventude e Desporto / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Millennium bcp, Fundação GDA.

Próximos eventos

10 setembro – 26 outubro

Instalação

Espaço BoCA

Os Espacialistas

Mappa: Concetto Spaziale

Concebida para o Espaço BoCA, em Lisboa, a instalação cenográfica Espacialista intitulada “Mappa: Concetto Spaziale” foi criada para ser o ponto de encontro da bienal, um espaço que acolhe concertos, performances, conversas, workshops, uma loja e momentos de convívio.

9 – 15 outubro

Instalação, performance

Estufa Fria

El Conde de Torrefiel

Yo No Tengo Nombre

A instalação performativa “Yo No Tengo Nombre” usa um ecrã LED que atravessa a paisagem, projetando um texto entre o poético e o profético. Este discurso questiona a relação entre o ser humano e a natureza, invertendo o papel do observador: e se for a natureza a olhar e nomear-nos?

10 outubro

performance, música, cinema

A Voz do Operário

Chrystabell

The Spirit Lamp

Chrystabell apresenta “The Spirit Lamp”, um espetáculo que nos transporta para um território onde a música e a imagem se tornam luminescência, mapeado pela memória criativa de David Lynch.