MUTANTES – entre o teatro e o museu
#1. A maior parte das mutações são invisíveis
#2. Uma mesma mutação pode reaparecer periodicamente
#3. As mutações são sempre alterações bruscas e imprevistas de material herdado
Promovido pela BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas, em parceria com o CCB e MAC, o projeto Mutantes – entre o teatro e o museu é um projeto participativo que pretende reunir um comunidade de pessoas em redor da exploração da transdisciplinaridade como espaço de pensamento, prática e ferramenta de construções culturais coletivas.
Centra a sua linha orientadora no diálogo entre o palco e o museu como instâncias artísticas configuradas por dispositivos que agregam estratégias de dar a ver. Mais que abordar discursos e práticas de vários géneros artísticos pretende-se explorar e questionar um terreno de contaminação entre eles, inquirindo a urgência de mudar, de transformar, de readaptar, de variar, de transmutar.
É movido pelo reconhecimento do paradigma do dispositivo, tanto nas artes performativas como nos contextos expositivos e pretende olhar os lugares da arte questionando os modos da sua fabricação. Exerce assim o questionamento da dimensão performativa dos lugares e das coisas, entre as artes de palco e as artes plásticas, analisando as particularidades em comum mas também provocando formatos que as excedam.
Mutantes inspira-se na potencialidade da (de)formação, no hibridismo genético (entre uma coisa e outra), aqui entre o palco e as salas de exposição, e no cruzamento de matérias de origem (conjuntos de partes de outros conjuntos), aqui procurando desordenar géneros, essências, raízes, identidades e lugares, mergulhando na especulação de novos paradigmas artísticos.
É um projeto aberto a todas as pessoas a partir de 21 anos que tenham interesse nas artes em geral, em conhecer outras pessoas com interesses na área interdisciplinar e a quem goste de partilhar referências, de fazer perguntas e sobretudo de integrar processos de encontro e práticas em coletivo.
Objetivos e vontades
1. Criar um espaço de partilha, reflexão e experiência, vivido em comunidade, que não resulta necessariamente de uma agregação de formações e objetivos artísticos comuns, mas sim de áreas complementares, onde se estimula o encontro pela potência do encontro e a valorização da intuição do coletivo como forma de superação de universos individuais.
2. Promover um espaço de aprendizagem com uma natureza trans-setorial a vários níveis. Ao nível do cruzamento dos territórios disciplinares, garantindo, por exemplo, que os participantes têm formação em diferentes áreas; ao nível dos conteúdos e metodologias abordadas, que atravessam áreas de estudo diversas, asseguradas também pela diversidade de convidados; e ao nível das experiências no sentido de congregar o interesse de diferentes idades e contextos dos participantes.
3. Encaminhar a prática e o pensamento coletivo para ações, objetos, ou outros dispositivos de mediação da experiência do projeto. Estas materializações, resultado do questionamento levantado ao longo do programa, serão formas de linguagem entre o grupo e quem sabe também para fora. Podem ser rastos de performances, experiências de jogo com objetos, vídeos e seus contextos próprios, excertos de conferências ou instalações informais, quer sejam de cartazes, imagens ou bandeiras. Esta dimensão é também uma forma de questionamento dos dispositivos de publicação, comunicação e de dinamização dos lugares da arte.
Parte I –Encontros de 1º grau
4 Sessões de exploração inicial de conteúdos, provocações, criação de grupo, e desenvolvimentos de práticas múltiplas (práticas de escrita, de desenho expandido, de corpo, de registo, de manipulação espacial e de coleções de objetos).
Parte II – Encontros de 2º grau
6 Sessões de encontros: 3 sessões com 3 artistas diferentes, intercaladas com outras 3 sessões com a Sara Franqueira, para construção de pontes entre as sessões dos artistas, a parte I do projeto e possíveis ações finais da parte III.
Parte III – Encontros de 3º grau
2 Sessões de conclusão assumidamente inacabada, reunião de ideias e dimensões desvendadas ou de interesse futuro e possível proposta performativa coletiva, que espelhe o processo do grupo.
Datas | 12 sessões:
14 set e 15 set (sáb. e dom.), 21 set (sáb.), 28 set (sáb.)
5 out (sáb.), 19 out (sáb.)
2 nov (sáb.), 23 nov (sáb.), 30 nov (sáb.)
7, dez (sáb.), 14 dez e 15 dez (sáb. e dom.)
Horário: 10h30-13h30
Local: Centro Cultural de Belém / Museu de Arte Contemporânea (Lisboa)
Inscrições: Preenche este formulário até 02/09/2024.
A participação é gratuita.
Na 1.ª edição do projeto, em 2022, o grupo reuniu-se entre março e junho, em diferentes espaços culturais – teatros, museus e centros de arte – da área da grande Lisboa (Casa da Cerca, Culturgest, MAAT, Museu Berardo, Teatro do Bairro Alto e Teatro Nacional Dona Maria II), recolhendo material genético para as suas mutações. Os meses de trabalho e de exploração e discussão artística culminaram na apresentação pública da performance “200 Perguntas a cada”, a 18 de junho, no Teatro Nacional Dona Maria II.
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18 junho 2022Teatro Nacional Dona Maria IIA performance "200 Perguntas a cada" é a apresentação pública, experiência de encerramento e materialização do Mutantes – entre o teatro e o museu, projeto de formação e criação artística transdisciplinar da BoCA para jovens, a acontecer no dia 18 de junho, das 15h às 17h, no Teatro Nacional Dona Maria II.