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Passeios Verdes
PORTUGAL
Nova Criação – Intervenção artística no espaço natural (online)
“Passeios Verdes”
Quando faço um ambiente chamado Voglio vedere le mie montagne quero afirmar um arquétipo interior da ideia de montanha: as montanhas do self.
Joseph Beuys, 1979
No ano em que se celebra o centenário do nascimento de Joseph Beuys (1921-1986), a BoCA cria o projeto “A Defesa da Natureza”, um projeto artístico colaborativo que promove novas criações artísticas no espaço natural.
Com curadoria de Delfim Sardo e Sílvia Gomes, “Quero ver as minhas montanhas” conta com a participação dos artistas Sara Bichão, Diana Policarpo, Dayana Lucas, Gustavo Sumpta, Gustavo Ciríaco, Musa paradisiaca e Berru.
A premissa propõe aos artistas convidados olharem o legado de Beuys, ao mesmo tempo que observam as suas próprias montanhas, ou o seu ‘eu’ interior.
A partir de fundamentações e géneros artísticos diversos, que vão das artes plásticas às artes performativas, cada artista é convocado a conceber uma intervenção inédita a ter lugar junto ao mar, ao rio ou num espaço verde, nutrindo afinidades entre arte e natureza.
São 7 sessões únicas, durante os 7 fins de semana da bienal, distribuídas entre Lisboa, Almada e Faro.
Diana Policarpo – “Passeios Verdes”
Série de podcasts que reúne visitas botânicas guiadas feitas por vários especialistas, da flora espontânea medicinal e comunitária, ao ambiente sonoro e dimensão patrimonial e histórica da Tapada das Necessidades. Qualquer pessoa que visite o local poderá consultar um mapa desenhado especificamente para o efeito, percorrer os itinerários nele sugeridos ao mesmo tempo que escuta os percursos previamente gravados em áudio e disponibilizados online.
Neste passeio interativo, sem hora marcada, dar-se-á a conhecer a importância da vida vegetal no espaço público, a manutenção da biodiversidade e a identificação das várias espécies que habitam este lugar que se encontra em perigo.
Nas palavras da artista, “O projeto foi inicialmente pensado num formato de visitas guiadas presenciais que, alegadamente, não foram autorizadas (não se conhecendo até à data o motivo), e por isso foi alterado para o formato de áudio-guias disponíveis aqui no SoundCloud e em versão web na página da BoCA.”
Com a participação de: Fernanda Botelho, Ivo Meco, Margarida Mendes, Amigos da Tapada das Necessidades com os convidados João Albuquerque Carreiras, Pedro Costa e Fernando Teigão dos Santos.
Necessário para o passeio: Telemóvel smartphone com ligação à internet; recomendado o uso de auscultadores.
Curadoria: Delfim Sardo e Sílvia Gomes
Artista: Diana Policarpo
Fotografia: Bruno Simão, Sara Matos / BoCA Bienal de Artes Contemporâneas 2021
Design Gráfico: João M. Machado
Produção: BoCA
Parceiro institucional: República Portuguesa / Ministério da Cultura
Ep. 1 – Plantas e seus usos medicinais, culinários, económicos, sociais e históricos
Com: Fernanda Botelho
“Sabia que a Gilbardeira (Ruscus aculeatus) foi, em tempos usada para fazer vassouras e que é também conhecida por pica-rato ou erva-dos-vasculhos?
E dos figos-da-índia (Opuntia ficus-indica) sabia que a folha, que na verdade é um caule transformado, com o nome de cladódio, é usada para fazer xarope para tratar a tosse e que para além disso toda a planta, originária do México tem muitas outras utilidades?
O lodã-bastardo (Celtis australis) também conhecido por ginginha-do-rei é uma das árvores mais plantadas em Lisboa e os seus pequenos frutos redondos são comestíveis e adocicados?
A ipoméia (Ipomea indica), considerada em Portugal uma planta invasora, é da mesma família da batata-doce ou seja uma Convolvulacea, também conhecida por glória da manhã e utilizada em rituais xamânicos na América do Sul?”
Mapa do percurso aqui
Biografia
Fernanda Botelho estudou plantas medicinais na Scottish School of Herbal Medicine. Viveu 17 anos em Inglaterra onde fez formação em Botânica , Fitoterapia e Pedagogia. Tem o curso de guia de jardim Botânico da Universidade de Lisboa É colaboradora do programa Eco escolas. É autora de uma coleção de livros infantis Salada de Flores, Sementes à Solta e Hortas Aromáticas. Publica anualmente desde 2010 uma agenda de Plantas medicinais, escreveu Uma mão cheia de Plantas que curam e As Plantas e a Saúde. Organiza passeios e workshops de reconhecimento de plantas a convite de várias associações, escolas e municípios. É uma das fundadoras do grupo Sintra sem Herbicidas. Participa em blogues e revistas e é convidada regular da RTP. Gosta de fotografar, escrever e comunicar.
Ep. 2 – Cactos & Suculentas
Com: Ivo Meco
“Neste percurso botânico faço um convite à descoberta do elenco único de várias espécies de cactos e outras plantas suculentas presentes na Tapada das Necessidades e as curiosidades que estas plantas encerram.”
Mapa do percurso aqui
Biografia
Sou professor de Biologia e Geologia, um apaixonado pela Botânica e jardineiro amador. Para além do prazer de estudar, aplicar e alargar os conhecimentos sobre as plantas, tenho como certo que a partilha e a divulgação científica são fundamentais para uma cidadania consciente e informada. Tenho no meu percurso o Curso de Guias do Jardim Botânico de Lisboa; sócio fundador da Sociedade Portuguesa de Botânica; convidado-residente no programa Paraíso da RTP2; autor do livro Jardins de Lisboa: histórias de espaços, plantas e pessoas; colaboração com o festival Jardins Abertos.
Ep. 3 – Passeio Sonoro
Com: Margarida Mendes
“Este percurso imaginário funde a paisagem acústica da Tapada das Necessidades com o ritmo da respiração e pendulações do corpo do visitante, criando uma composição sonora em tempo real. Sugerindo exercícios de escuta conduzidos, exploraram-se os limites do som audível e a sua reverberação nos vários órgãos sensoriais do corpo, que se expandem através da flora, e circuitos aquáticos do jardim.”
Percurso livre
Biografia
Margarida Mendes é exploradora hidrossónica, poeta intertidal e curadora de ficções metabólicas.
Cria fóruns e exposições transdisciplinares onde modos alternativos de educação e práticas sensoriais podem catalisar imaginação política e a ação restaurativa. Participa em colectivos de ativismo anti-extrativo e ecopedagogia, colaborando com ONGs marinhas, universidades e instituições do mundo da arte para amplificar as suas mensagens.
Ep. 4 – Jardins das Necessidades
Com: João Albuquerque Carreiras
“Os Amigos da Tapada das Necessidades foram convidados pela artista Diana Policarpo a participarem no projecto Passeios Verdes, a ter lugar no referido jardim no dia 25 Setembro, no âmbito da Bienal BoCA de 2021. Optámos por organizar uma visita em torno de uma área de conhecimento distinta, a do património histórico e hidráulico deste jardim. Convidámos três especialistas, João Albuquerque Carreiras, arquitecto paisagista e profundo conhecedor deste que é considerado o 1º jardim paisagista português, Pedro Costa e Fernando Teigão dos Santos, investigadores que trabalharam e publicaram sobre as Águas Livres da Real Quinta das Necessidades. Todos eles elaboraram recentemente contributos distintos, mas muito pertinentes para a consulta pública da CML sobre o denominado Plano de Salvaguarda da Tapada das Necessidades-Anteplano.
Este episódio começa no Largo das Necessidades, onde se vislumbra o projeto inicial de D. João V, formado por palácio, igreja, convento, praça monumental e cerca. Entrando nos jardins poderemos reviver o primeiro jardim paisagista português, com seus caminhos ondulados e lagos naturalizados, erguido pelas mãos de D. Fernando II, que transformou a cerca conventual numa Quinta de Recreio. Ao longo do percurso a história do jardim será a fonte para contar episódios da história de Portugal desde o século XVIII.”
Mapa do percurso aqui
Biografia
Amigos da Tapada das Necessidades: O grupo informal “Amigos da Tapada das Necessidades” formou- se em 2020, para combater o facto consumado de ter sido aprovada em 2019 na CML, um projecto de concessão e exploração de edifícios e espaços da Tapada. Um movimento de cidadãos que reuniu quase 12 mil assinaturas contra um processo de concessão comercial num jardim histórico , que continha aspectos altamente discutíveis e até censuráveis.
João Albuquerque Carreiras: Licenciado e Mestre em Arquitectura Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia. Pós-graduado em Gestão do Património pela Universidade de Salamanca. Membro fundador da Associação Portuguesa de Jardins Históricos. Coautor do livro “Necessidades. Jardim e Cerca“. Fundador e editor da revista “Bica”. Trabalha em gestão cultural e como Arquitecto Paisagista, sendo autor de projectos desde 2000.
Ep. 5 – Águas Livres na Tapada – um património a valorizar
Com: Pedro Costa & Fernando Teigão dos Santos
“Das Amoreiras à Tapada por túnel, será possível? Neste percurso responderemos a esta e outras questões. Iremos explicar de onde vinham e como chegavam as Águas Livres à Tapada e ao Palácio Real, que percurso faziam por Lisboa e que outros edifícios eram abastecidos pelo caminho. Mostraremos o património das Águas Livres e discutiremos como pode ser valorizado. Será uma viagem no tempo, entre os séculos XVIII e XXI, por túneis que atravessam Lisboa, mesmo debaixo dos nossos pés. Seja um explorador e venha connosco!”
Mapa do percurso aqui
Biografia
Pedro Costa: Licenciado em engenharia eletrotécnica e especialista no setor energético e em temas ambientais, trabalhando na área da regulação. Possui mestrado em Economia e Política da Energia e do Ambiente (ISEG/UTL). Tem experiência associativa, tendo sido sendo membro da Direção do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), onde acompanhou diversos projetos de âmbito urbano, ao longo dos últimos 25 anos. Tem uma paixão especial por Lisboa. É espeleólogo de nível II pela Federação Portuguesa de Espeleologia. Coautor dos livros A Lisboa Subterrânea do Marquês de Pombal (Caleidoscópio, 2018) e A Lisboa Subterrânea na Colina dos Hospitais (Caleidoscópio, 2020). Nasceu em Moçambique, em 1974, e vive no Parque das Nações.
Fernando Teigão dos Santos: Investigador com veia de explorador, ambiciona desvendar os segredos das cidades. É especialista em planeamento e desenvolvimento sustentável, sendo doutorado em Ciências do Ambiente e mestre em Ordenamento do Território (FCT/UNL). Fez formação profissional em jornalismo (CENJOR) e tem competências em fotografia e vídeo, tendo realizado diversos projetos audiovisuais. Tem trabalhado nas áreas da investigação (Centro de Estudos Geográficos – Instituto de Geografia e Ordenamento do Território), consultoria, assessoria e comunicação, procurando projetos criativos e arrojados em Portugal e no mundo. Publicou o livro Governar Melhor (Esfera dos Livros, 2017). É ainda coautor dos livros A Lisboa Subterrânea do Marquês de Pombal (Caleidoscópio, 2018) e A Lisboa Subterrânea na Colina dos Hospitais (Caleidoscópio, 2020). É alentejano, nasceu em 1978 na cidade de Évora e vive em Lisboa, no Bairro de Alvalade.