HOMEWORK

Inspirado no movimento Fluxus, em que artistas escreviam instruções para serem ativadas pelo público dentro dos museus, a BoCA convida agora artistas para escreverem instruções para ativação em casa. Todas as segunda-feira, são partilhadas partituras inéditas que desafiam o público a um diálogo entre o exterior e o interior, o corpo e a imaginação.

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SEMANA 3

4 MAI: Alexandra Pirici (Roménia/Alemanha)
Títulos:
Social Media for Kitchen or Bathroom (2020)
Living-Room Mutualism (2020)

Esta semana começa com mais um Homework, desta vez pela artista e coreógrafa Alexandra Pirici, um dos nomes mais requisitados no atual circuito da performance. A prática artística de Pirici passa por pensar, “atualizar” e performar a história através do corpo, questionando a fixação da memória e da herança patrimonial num determinado tempo e espaço. “Social Media for Kitchen or Bathroom” e “Living-Room Mutualism” são a resposta ao convite da BoCA.

O trabalho performativo de Alexandra Pirici (nascida em 1982, Bucareste, Roménia, atualmente a viver entre Bucareste e Berlim) aborda o potencial político da estética, conetando movimento – especificamente o corpo e a sua energia – a uma releitura do histórico e das narrativas artísticas históricas. Produz performances ou esculturas vivas, com performers que fazem referência a esculturas ou monumentos existentes em contextos específicos. As suas primeiras ações em Bucareste ocorreram no contexto da crise económica e contínuos cortes no orçamento das artes; nomeadamente “If You Don’t Want Us, We Want You” (2011), que confrontou a colocação de corpos humanos em relação a esculturas heróicas, às vezes controversas ou monumentos em espaços públicos de Bucareste. Pensadas como uma ação de protesto contra a política cultural do estado, essas intervenções produziram fricções com brincadeira e humor, des-monumentalizando a arte populista oficial com a presença viva da escala humana. O ponto central da sua prática é o questionamento da função da performance na relação com a economia de eventos atuais. Ao continuar a interrogar e indagar sobre a possibilidade de corpos coletivos no espaço e no tempo, o trabalho de Pirici fornece atentamente uma importante visão sobre a era do digital e do humano.

 

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