A artista Odete é a vencedora da primeira edição do RExFORM – Projeto internacional de Performance, que nasce da colaboração entre a BoCA e o maat.
Na performance “On Revelations and Muddy Becomings”, Odete propõe uma abordagem crítica ao silêncio histórico em torno das questões do corpo, identidade de género e do mundo queer. Segundo a artista, é o “culminar de um trabalho sobre as sombras e a política” que tem vindo a desenvolver desde que começou o seu percurso artístico.

Odete
Herlander
Tita Maravilha
O projeto é composto por três partes – um livro mágico, um videojogo e uma performance – e pretende ficcionar uma sociedade secreta que se apresenta ligada a nomes como Joana d’Arc, Eliogabalus ou Chevalier D’Eon, da qual a artista se diz descendente. Entre óleos e dildos mágicos, entre deusas hermafroditas e viagens interplanetárias, os performers cuidam umxs dxs outrxs revelando talvez uma comunidade para além das verdades da história.


“Quero apresentar um projeto que conspire contra a escrita da história no sentido de nela inscrever certos corpos e práticas. E essa inscrição é feita através de uma escrita mentirosa sobre o passado revelando assim as técnicas de produção da verdade dessa mesma história que nos apagou. Este projeto é, no fundo, um projeto arqueológico paranoico”, descreve a artista.
A escolha foi feita por um júri composto pela diretora do MAAT, Beatrice Leanza, a curadora sénior de performance da Tate Modern, Catherine Wood, a diretora de artes performativas do Centre Pompidou, Chloé Siganos, e o diretor artístico da BoCA, John Romão.
Projeto vencedor da edição de 2020 do RExFORM