Angélica Liddell, um dos principais nomes do teatro contemporâneo europeu, com quem a BoCA tem mantido uma relação próxima – foi na BoCA Summer School, em 2017, no workshop “A Eloquência da Ferida ou A Tragédia da Liberdade: Transgressão” que iniciou a pesquisa que gerou o espetáculo “Scarlet Letter” –, regressa agora a Portugal para desenvolver uma nova criação.

Tomando como ponto de partida a narrativa de Leopold Von Sacher-Masoch, o texto “O Frio e o Cruel” (1967) de Gilles Deleuze faz uma análise ao conceito de sadomasoquismo, que ele descreve como “monstro semiológico”. Nesta nova criação, Angélica Liddell foca-se na parte filosófica das perversões, afastadas de qualquer explicação clínica, onde é destacada a expressão poética que vai além de qualquer fronteira ou disciplina artística, para apresentar as relações entre pai e filho, ou seja, entre quem vai morrer e Deus.
Angélica Liddell
Angélica Liddell, pseudónimo de Angélica González (Figueres, Espanha, 1966) é dramaturga, encenadora, atriz, escritora e poetisa espanhola. Inicia nos anos oitenta a sua carreira artística como autora dramática. O seu trabalho inclui prosa, poesia, instalações e peças de teatro. Em 1988 inicia a sua trajectória no teatro e em 1993 funda, juntamente com Gumersindo Puche, a companhia Atra Bilis Teatro. Com ela levará à cena os seus próprios textos, iniciando-se assim na encenação, cenografia e interpretação. A sua obra trata de temas como a decadência da instituição familiar ou o lado negro do ser humano, a morte ou o sexo.
Os seus textos já foram traduzidos para diferentes línguas, como francês, inglês, russo, alemão, português e polaco. Em Portugal alguns dos seus textos estão editados pela Cotovia / Livrinhos de Teatro e Intesidez. Foi distinguida com diversos prémios, tais como o Prémio Dramaturgia Innovadora Casa América, 2013, por Nubila Wahlheim; Prémio SGAE de Teatro, 2004, por Mi relación con la comida; Prémio Ojo Crítico Segundo Milenio, 2005, em reconhecimento pelo seu percurso; Prémio Notodo del Público ao Melhor Espetáculo, 2007, por Perro muerto en tintorería: los fuertes; Prémios Valle Inclán de Teatro, 2007, por El año de Ricardo; Accésit del Premio Lope de Vega, 2007, por Belgrado; Prémio Sebatiá Gasch de Artes Parateatrales, 2011; e Prémio Nacional de Literatura Dramática, 2012, por La casa de la fuerza (espetáculo apresentado na Cultugest, em Lisboa). Recebeu o Leão de Prata da Bienal de Teatro de Veneza, 2013, “pela sua capacidade de transformar a sua poesia num texto que agita o mundo”.
Entre 2007 e 2012 foi presença habitual no Festival Citemor, onde realizou residências artísticas e estreou espetáculos inéditos. Tem apresentado o seu trabalho nos maiores festivais e teatros do mundo, tais como Festival d’Avignon, Festival de Otoño de Madrid, Festival d’Automne à Paris, Bienal de Teatro de Veneza, La Laboral Centro de Arte, Théâtre National de Bretagne, Schaubuhne Berlin, Festival de Tokyo, etc.
Dias 26 e 27 março
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Na Casa do Volfrâmio do Mosteiro de Tibães, os espetadores poderão assistir à instalação “Voluta” de João Pais Filipe. Em ambos os dias, pelas 20H, o artista fará uma ativação sonora da instalação.