Nascida em Angola e residente em Portugal, Neusa Trovoada tem apresentado os seus trabalhos como cenógrafa e artista visual por vários espaços do país, passando, por exemplo, pela Culturgest, Fundação Calouste Gulbenkian ou o Instituto. Participa regularmente de projetos e estruturas de investigação e promoção artística junto a criadores de comunidades racializadas.
Na Fábrica da Cerveja, que acolhe a exposição coletiva “Presente Invisível”, inaugura a exposição “CHORUS 1.8 – latente”. Depois de pensar as potências da boca e do grito, Neusa Trovoada apresenta-nos um conjunto de obras que nos levam, ao contrário, para o interior, para o pulsar latente, para as profundezas que atravessam tempos e lugares. Dando-nos a ver, ou a pressentir, as estratégias ocultas de sobrevivência e os movimentos impressos na arqueologia de gestos de resistência, a artista inverte os planos para buscar respostas: o subterrâneo vem à superfície e traz, com ele, pistas para um futuro possível, ecológica e socialmente mais responsável.

Em diálogo com a exposição de Neusa Trovoada, a encenadora e atriz também angolana Zia Soares – a primeira mulher negra a dirigir uma companhia teatral portuguesa – apresenta a performance “Coro dos Assombrados” no terraço da Fábrica da Cerveja.