O nome de Alexandre Farto / Vhils está associado à arte urbana. As suas raízes do graffitie / street art fazem-no explorar novos caminhos dentro da ilustração, animação, vídeo e design.
As suas intervenções escultóricas em edifícios de todo o mundo não deixam ninguém indiferente, pelo seu contexto, escala, expressividade e emotividade que impactam o espectador: transformam a paisagem urbana degradada num espaço de diálogo sobre a condição humana. É, sobretudo, através destas intervenções site specific que conhecemos o trabalho de Vhils.
Os espetadores têm de se deslocar até esses lugares no espaço público, urbanos, para a fruição do seu trabalho. No contexto da BoCA, Alexandre Farto concebe a sua primeira criação de palco, num assumido desvio conceptual do seu trabalho: cria uma obra que não está afeta a um lugar específico mas à universalidade do palco, cujas qualidades se concentram de modo a viajarem pelo espaço e pelo tempo.
“Periférico” é uma criação performativa que apresenta uma reflexão sobre a evolução urbanística, a emergência das subculturas urbanas e o impacto de ambas no panorama de Portugal ao longo das décadas de 1980, 1990 e 2000. Esta criação de palco tem por base a experiência pessoal do artista, que dialoga com as gerações crescidas no nosso país, no período que se seguiu à Revolução de Abril e à adesão à Comunidade Europeia.
A peça explora uma convergência entre vários territórios artísticos, criando uma sinergia entre artes visuais, música e dança, fomentando um encontro dinâmico entre universos por vezes excludentes: cultura de rua e cultura de palco, meios marginais e meios institucionais de criação, cultura global e cultura local.
Co-produção