Há alguns anos, o crítico de música Dominic Gill fez uma comparação curiosa entre o trabalho da compositora russa Sofia Gubaidulina e os princípios do encenador polaco Jerzy Grotowski, que escreveu uma das bíblias da prática teatral, “Teatro Pobre”.
Roubada essa referência, Gill propôs dizer que Sofia Gubaidulina escrevia “Música Pobre”. O que Gill queria provavelmente dizer era que a “pobreza” marca a música de Gubaidulina, no sentido de gerar uma enorme energia e concentração, reforçando a fragilidade do som, suspiros e gemidos, pedaços do canto ortodoxo da Rússia, simples e gigantes uníssonos, arrepios e tremores como se se tratasse de um filme.
Ao longo de 6 meses, alunos de três escolas de música do país participam neste projeto de formação e de criação artística, dirigido por Filipa Francisco (coreógrafa), Pedro Tudela (artista plástico e sonoro), Paulo Raposo e Filipe Reis (antropólogos) e José Luís Bento Coelho (engenheiro acústico) e Vera Mantero (coreógrafa).
As apresentações públicas do resultado deste encontro terão lugar no salão nobre do Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), Teatro Nacional São João (Porto) e Cine-Teatro Avenida (Castelo Branco).
Produção