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Inspirado no movimento Fluxus, em que artistas escreviam instruções para serem ativadas pelo público dentro dos museus, a BoCA convida agora artistas para escreverem instruções para ativação em casa. Todas as segunda-feira, são partilhadas partituras inéditas que desafiam o público a um diálogo entre o exterior e o interior, o corpo e a imaginação.

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SEMANA 7

1 JUN: Clara Andermatt (coreógrafa)

Nasceu em Lisboa em 1963. Considerada uma das pioneiras do movimento da nova dança portuguesa, a carreira de Clara Andermatt revelou, ao longo dos anos, uma identidade artística particularmente singular no panorama artístico nacional e internacional, e um percurso que, indubitavelmente, deixou a sua marca na história da dança contemporânea portuguesa.
Iniciou os seus estudos de dança com sua mãe Luna Andermatt. Em 1984 graduou-se pelo London Studio Centre, em Londres, recebeu a Bolsa Bridget Espinosa, atribuída anualmente apenas a um aluno, bem como a distinção “The Best Student Award”. Nesse mesmo ano obtém o diploma completo da Royal Academy of Dance de Londres. Foi bolseira do Jacob’s Pillow (Lee, Massachussets, 1988), do American Dance Festival – I.C.R. (Durham, 1994) e do Bates Dance Festival (Maine, 2002). Integrou entre 1984-88 a Companhia de Dança de Lisboa (dirigida por Rui Horta), e entre 1989- 91 a Companhia Metros, em Barcelona (companhia de autor de Ramón Oller).
Em 1991 volta a estabelecer-se em Portugal e cria a sua própria Companhia, atualmente designada como ACCCA – Associação Cultural Companhia Clara Andermatt, coreografando um vasto número de obras regularmente apresentadas em território nacional e no estrangeiro.
Em 1994 inicia uma forte relação com Cabo Verde, cria vários projetos com intérpretes locais, ações de formação e colaborações com artistas de diferentes áreas, que culminam numa série de residências, projetos e espetáculos. Uma colaboração por 7 anos consecutivos e que perdura até hoje.
É regularmente convidada a criar para outras companhias, a lecionar em diversos estabelecimentos de ensino, e a participar como coreógrafa nas áreas do cinema e teatro. Ao longo da sua carreira coreografou mais de 50 obras. Assina quatro peças para o Ballet Gulbenkian (entre 1996-2004), e mantém igualmente uma estreita relação com a Companhia Nacional de Bailado, que a convidou a coreografar três espetáculos (entre 2011-2020).
O seu percurso é marcado pela viagem, pelo encontro com outras culturas e outras linguagens artísticas, especialmente nas zonas de fronteira entre formatos e estilos, entre o corpo treinado e não treinado e o desejo de aproximação do outro, procurando sentir e perceber a singularidade de cada indivíduo. Com uma linguagem muito própria, tem desenvolvido um trabalho singular de dupla dimensão: artística e inclusiva.
Desde 2015 que, a partir de um convite da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, faz a direção artística do projeto “Lab inDança”. Um projeto de dança inclusiva também apoiado pelo programa PARTIS, da Fundação Calouste Gulbenkian. (2019-2021).

 

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