O iconoclasta, dramaturgo e encenador argentino Rodrigo García está de volta com uma criação audiovisual, escrita e produzida à distância, durante o período de confinamento. Nada de teatro, mas uma tela verde (chroma key), que dá asas à sua imaginação transbordante e aos seus cinco excepcionais intérpretes, enfeitada com acessórios coloridos e improváveis. Angélica Liddell, Denis Lavant, Florencia Vecino, François Chaignaud e Volmir Cordeiro entregam-se de corpo e alma a este experimento desenvolvido a partir da casa de cada um dos intérpretes, que nunca ensaiaram juntos no mesmo espaço, e se gravaram a si próprios com smartphones e iPads.
A partir de Paris, Madrid, Buenos Aires, Lisboa e das Astúrias, a equipa de “Movidas Raras” embarcou junto de Rodrigo García num experimento ousado e incrível.
Vários personagens para histórias entrecruzadas, para além de um narrador protagonizado por Denis Lavant, que nos esclarece as relações entre cada. Uma das personagens, interpretada por Volmir Cordeiro, quer absolutamente fazer o remake do filme “Barry Lyndon” (1977) de Stanley Kubrick, outra fabrica ténis muito caros para “idiotas” e passa o tempo a desfazer ténis existentes para montá-los e comercializá-los com novas composições. Há também uma Anabatista, protagonizada por Angélica Liddell, e outras personagens surpreendentes.
Não é bem teatro, não é bem filme, não é uma vídeo-instalação… é um experimento audiovisual que reflete a necessidade de construção de novas narrativas e de mecanismos que permitam a construção do coletivo.

