
O encenador Romeo Castellucci tem um corpo de trabalho que se expande para além do palco e do teatro. Tendo estudado artes plásticas, as suas criações adotam habitualmente a forma de instalações, de performances, de espetáculo de teatro e de ópera. Desta vez, convidámo-lo a apresentar dois objetos com características muito particulares, com uma intensa conotação plástica, uma relação site specific com o espaço e propondo uma relação mais próxima do espetador.
“Natura” é uma ação teatral de curta duração, a partir de A natureza ou a origem da mente, segundo dos cinco livros de Ética de Baruch Spinoza (1632-1677). Após serem convidados a entrar em cena, atravessando a silhueta de um corpo feminino esculpido numa parede branca, os espetadores descobrem um palco imaculado.
Romeo Castellucci dispõe de três elementos que se desenvolvem em paralelo e sem interação entre eles, numa verdadeira instalação in situ: uma jovem mulher (incorpora a Luz), um cão poliglota que vagueia pelo espaço e que fala tanto a língua dos gatos como a dos humanos (incorpora a Câmara de Televisão) e o vazio da silhueta feminina (representa o Espírito). Abre-se então uma discussão filosófica sobre as propriedades e atributos de cada uma, sobre a interdependência entre elas.
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