Tania Bruguera (1968) é uma artista cubana que tem operado na interseção entre arte e vida, explorando o papel que o artista e a arte podem ter na sociedade de hoje e na esfera política. Durante mais de 25 anos, Bruguera criou performances e instalações socialmente ativas que examinam a natureza das estruturas do poder político e o seu efeito sobre as vidas dos indivíduos e grupos mais vulneráveis da sociedade. A sua pesquisa centra-se na maneira como a arte pode ser aplicada à vida política quotidiana.
As suas obras expõem os efeitos sociais das forças políticas e apresentam questões globais de poder, migração, censura e repressão através de obras participativas que transformam “espetadores” em “cidadãos”. Ao criar propostas e modelos estéticos para o uso e adaptação dos outros, define-se como iniciadora em vez de autora, e colabora regularmente com vários indivíduos e instituições (MoMA, Gugghenheim, Tate, Bienal de Havana, etc.) para que a plena realização da sua obra ocorra quando os outros a adotam e perpetuam.
Promovendo o conceito de arte útil (literalmente, arte enquanto um benefício e uma ferramenta), Tania Bruguera propõe soluções para problemas sociopolíticos através da implementação da arte e desenvolve projetos de longo prazo que incluem um centro comunitário, um partido político para imigrantes e a escola Arte de Conduta.
Projetado para o contexto da BoCA, a artista desafia-se a entrar no território do teatro, propondo encenar “Endgame” (Fim de partida) de Samuel Beckett, texto que leu em 1998 e para o qual desenhou uma gigante estrutura cilíndrica, constituída por andaimes, que será habitada pelo público, que vê o espetáculo de cima para baixo.
Endgame
by Samuel Beckett
Produção