“Incorpóreo” é uma das mais desafiantes exposições a solo de Glantosz (João Melo), jovem fotógrafo de Faro que, com apenas 18 anos, aborda com complexidade temas como o conflito, a sensibilidade e o problema da responsabilização no mundo contemporâneo.

As intervenções visuais de Glantosz, que integram a exposição “Presente Invisível”, na Fábrica da Cerveja, trazem na sua essência duas provocações: “serei eu um destes elementos-tipo habitualmente invisíveis da sociedade que o artista retrata? Serei eu um dos cegos que desvia o olhar destas figuras?”

Dividida em três partes, o artista expõe a frontalidade daquilo que urge reconhecimento: as nove identidades da invisibilidade (As Janelas, que aludem à própria arquitetura do edifício da Fábrica), os espaços públicos ignorados da cidade (As Ruas) e as vítimas historicamente relegadas à indiferença ou ao encobrimento (A Obra).

“Incorpóreo” serve como um conjunto de gatilhos para o “hipócrita comum” ou uma lanterna numa floresta escura de corpos e identidades. Inaugurando com uma performance no dia 6 de setembro, o projeto cruza as arquiteturas das janelas e paredes do edifício da Fábrica da Cerveja com as arquiteturas do sensível, do espaço público e do corpo.