Bienal 2023 – Presente Invisível

Na 4ª edição da BoCA, com o título “Presente Invisível”, desejo dar visibilidade a matérias viventes que não se veem – seja por condicionamentos sociais, políticos, culturais, económicos, jurídicos ou tecnológicos, seja por premeditadamente não se querer reconhecer a existência de outridades, de validar identidades que habitam as margens.
“Presente Invisível” questiona os poderes que impedem a igualdade, justiça e liberdade em diferentes contextos – desde a crise migratória, às travessias das identidades de género, à guerra que acontece distante de nós –, apagando da história corpos, movimentos e ações que são motor de vida. Muitas vezes são corpos que habitam a travessia entre estados, entre categorias, entre nomes. Muitas vezes são pessoas que morrem no anonimato silencioso e distante da guerra. Muitas vezes são conhecimentos ancestrais que foram culturalmente apagados e que agora se recuperam. Muitas vezes é o movimento da própria história a ser reparada, a ser reconstruída no presente, para que o amanhã possa ter mais esperança.
O título reflete, ainda, sobre o tempo tecnológico e digital que tende a anular do vocabulário humano o corpo, num mecanismo em que transitamos para ser espectros ou avatares, habitando um tempo e um espaço aéreos que respondem a uma vertigem da aceleração. “Presente Invisível” pensa sobre a dissolução do corpo e das relações afetivas nesse lar do conforto digital – mas, também, sobre um certo desencantamento pelo futuro, uma crise que impossibilita habitarmos totalmente o presente.

John Romão

  • Diretor Artístico John Romão

  • Admnistração Joana Portela

  • Direção de Produção Hugo Alves Caroça

  • Produção Executiva José Jesus, Marina Rei

  • Cordenação de Participação Sara Franqueira

  • Design Miguel Santos

  • Contabilidade Contas ao Cubo

  • Apoio Jurídico PLMJ

  • Fotografia Bruno Simão

  • Vídeo Waves of Youth