“Terra Cobre” é uma nova criação que junta o músico e escultor João Pais Filipe com o coreógrafo e bailarino Marco da Silva Ferreira. Nasce e expande-se a partir da arte chocalheira tradicional de Alcáçovas – método ancestral de um processo de fabrico manual, que a UNESCO declarou como Necessidade de Salvaguarda Urgente – com práticas artísticas contemporâneas, ancoradas na percussão e na dança. A performance e instalação “Terra Cobre” desafia a iconografia e simbologia tradicional portuguesa, com os chocalhos e as suas representatividades (Caretos, pastorícia, circo, etc.), para a colocar num patamar exploratório e sensorial. O projeto investiga um dispositivo que oferece premissas sonoras e coreográficas assentes no património material, questionando as propriedades históricas e culturais.

A sensibilidade e técnica musical da música ao vivo de Pais Filipe entrelaça-se com a dança de Marco da Silva Ferreira, cujo corpo é usado como elemento percutivo. São muitas as referências e imagens que vemos desfilar, vindas de um mundo terreno e pastoril (ouvimos a canção “Ao nascer da bela aurora”) mas também de êxtase e festa – o movimento de Marco da Silva Ferreira transita entre estados, habitado pelo transe. Ora pastor, ora arlequim, ora Careto, cruzam-se referências visuais, sonoras e de movimento na fascinante expressividade de Marco da Silva Ferreira.

 

Criação e interpretação: João Pais Filipe e Marco da Silva Ferreira
Som: João Monteiro
Coordenação técnica: João Monteiro
Produção executiva: Ana Ademar, Hugo Alves Caroça, Mafalda Bastos
Encomenda e produção: BoCA – Biennial of Contemporary Arts
Co-produção: Futurama, P-ulso
Residência artística: O Espaço do Tempo
Apoios
: Fábrica de Chocalhos Pardalinho, Câmara Municipal de Viana do Alentejo

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