Austrália/Portugal | Espetáculo | Estreia nacional

 

O timing não podia ser mais adequado. Num tempo em que assistimos à eminência de novos radicalismos, de posições extremadas, Paulo Castro regressa ao teatro político – que tem marcado o seu percurso – com Edward Bond e “Coros para depois dos assassinatos”.
Neste tempo presente, revisitamos o passado recente, esmagador dos direitos e liberdades humanas, nas relações traumáticas, e ainda não suficientemente discutidas, de Portugal como colonizador, sintoma de uma sociedade que tende para se gerir na dualidade: opressores e oprimidos. Mas nada é assim tão simples… Na peça de Bond, o dramaturgo britânico imagina um mundo de violência por vir, 50 anos mais tarde (a peça é de 1998), resultado de uma escalada do domínio militar. Os sintomas dessa sociedade militarizada, opressiva e devastadora das liberdades humanas podem agora ser revisitados em “Hello My Name Is”, um espetáculo para um homem só, pensado para o ator Rashidi Edward. Neste “one man show”, vemos um homem que se coloca em múltiplos papéis – ele é a pessoa que faz luto por alguém que foi assassinado para logo a seguir ser o militar que dispara a matar –, usando a linguagem poética de Edward Bond para chamar a atenção para o lugar que cada um ocupa nas dinâmicas de jogos de poder tirânicos, de que a história recente das ex-colónias portuguesas é apenas um exemplo. Todos estamos implicados no destino da humanidade, diz-nos Paulo Castro nesta peça, que marca o regresso a Portugal do criador radical e disruptivo, que em 2002 fundou a companhia Stone/Castro, partilhando a direção artística com a bailarina Jo Stone, fazendo de Adelaide (Austrália) a sede de trabalho a partir de 2006.

 

Texto Paulo Castro, a partir de “Coro depois dos assassinatos” de Edward Bond
Encenação Paulo Castro
Com Paulo Castro (em substituição de Rashidi Edward)
Co-produção OzAsia Festival (Austrália), Colectivo 84 (Portugal), Stone/Castro (Austrália)

Apoio técnico Eduardo Maltez
Apoio à circulação Fundação GDA

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