Beatrice Leanza (maat), Catherine Wood (Tate Modern), Chloé Siganos (Pompidou) e John Romão (BoCA) selecionam Odete

BoCA
6 Setembro 2020

A artista Odete venceu a primeira edição do RExFORM – Projeto Internacional de Performance, no valor de 12 mil euros, prémio criado este ano através de uma parceria entre a BoCA e o MAAT, com o objetivo de apoiar criações de jovens artistas até aos 35 anos, encorajando novos discursos sobre a evolução do conceito de performance.

O projeto “MTF Priestesses Cutting The Bone to Reveal It’s Lie”, que vai ser desenvolvido e apresentado no MAAT, em janeiro de 2021, e na edição de 2021 da Boca Bienal, em setembro de 2021, conta também com a participação dos artistas Tita Maravilha e Herlander.Com “MTF Priestesses Cutting The Bone to Reveal It`s Lie”, a artista propõe uma abordagem crítica ao silêncio histórico em torno das questões do corpo, identidade de género e do mundo queer. Indica ainda que é o “culminar de um trabalho sobre as sombras e a política” que a artista tem vindo a desenvolver desde que começou a sua carreira.”Quero apresentar um projeto que conspire contra a escrita da história no sentido de nela inscrever certos corpos e práticas. E essa inscrição é feita através de uma escrita mentirosa sobre o passado revelando assim as técnicas de produção da verdade dessa mesma história que nos apagou. Este projeto é, no fundo, um projeto arqueológico paranoico”, descreve a artista, citada pelo museu.O projeto é composto por três partes — um livro mágico, um videojogo e uma performance — e pretende ficcionar uma sociedade secreta que se apresenta ligada a nomes como Joana d`Arc, Eliogabalus ou Chevalier D`Eon, da qual a artista se diz descendente.A escolha foi feita por um júri composto pela diretora do MAAT, Beatrice Leanza, a curadora sénior de performance da Tate Modern, Catherine Wood, a diretora de artes performativas do Centre Pompidou, Chloé Siganos, e o diretor artístico da BoCA, John Romão.Na justificação da escolha, o júri escreveu: “Após um debate intenso e gratificante sobre os candidatos fortes da lista, decidimos premiar Odete porque apreciámos o facto de ela se sentir autorizada a trabalhar a nível político no espaço da arte, numa abordagem multifacetada que conjuga práticas de estúdio (pintura e desenho) com performance, e em colaboração com uma forte comunidade de pares”.Todos os anos, um júri internacional selecionará o projeto vencedor que beneficiará de financiamento, de um primeiro espaço de apresentação e de promoção nacional e internacional. A primeira edição, em 2020, foi exclusivamente dedicada a artistas portugueses.

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