Jérôme Bel

 

Jérôme Bel nasceu em 1964 e vive em Paris. Trabalha em todo o mundo. Estudou no Centro Nacional de Dança Contemporânea de Angers (França) em 1984-1985. De 1985 a 1991, dançou para muitos coreógrafos em França e em Itália. Em 1992, era assistente do diretor e coreógrafo Philippe Découflé para as cerimónias dos XVI Jogos Olímpicos de Inverno de Albertville e Savoie (França).

A sua primeira peça, uma coreografia de objetos, intitula-se “nom donné par l’auteur” (1994). A segunda “Jérôme Bel” (1995) baseia-se na identidade e na nudez total dos quatro performers. A terceira, “Shirtology” (1997), foi requisitada pelo Centro Cultural de Belém (Lisboa) e Victoria (Gante). Em 2000 foi produzida uma versão japonesa da peça em Quioto e Tóquio. “Shirtology” apresenta um ator a usar muitas T-shirts compradas em loja.

Posteriormente chegou “The last performance” (1998), que tenta definir uma ontologia da performance citando várias vezes um solo da coreógrafa alemã Susanne Linke e também Hamlet ou André Agassi. Em 1999, pede a Myriam Gourfink para coreografar um solo para ele: Glossolalie (1999).

A peça “Xavier Le Roy” (2000) foi reclamada por Jérôme Bel como sua, mas na verdade foi coreografada pelo coreógrafo francês Xavier Le Roy que está a viver em Berlim.

“The show must go on” (2001) reúne um elenco de vinte performers, dezanove canções pop e um DJ. A peça estava no repertório da Deutsches Schauspielhaus em Hamburgo entre 2000 e 2005, e no repertório do Balé da Ópera de Lyon de 2007 a 2014.

Em 2003, Jérôme Bel tirou um ano sabático. Em outubro, estava com Alain Platel, o curador do Festival Klapstuk Festival em Leuven (Bélgica).

Em 2004, foi convidado para produzir uma peça para o balé da Ópera de Paris: “Véronique Doisneau” (2004), um documentário teatral relativamente ao trabalho da bailarina Véronique Doisneau. No mesmo ano, produziu “The show must go on 2” (2004), uma peça que se revelou um fracasso para si e que retirou do repertório da companhia após as performances em Bruxelas, Paris, Berlim e Singapura. No ano seguinte, foi convidado pelo curador Tang Fu Kuen para ir e trabalhar em Banguecoque, produziu “Pichet Klunchun and myself” (2005) com o bailarino tailandês tradicional Pichet Klunchun. Esta produção encena Pichet Klunchun e Jérôme Bel a discursar relativamente às suas próprias práticas artísticas apesar do fosso cultural abissal que os divide.

Isabel Torres (2005) para o balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro é a versão brasileira da produção para a Ópera de Paris.

Em 2008, é editado “Catalogue raisonné Jérôme Bel”, que analisa os trabalhos de Jérôme Bel entre 1994 e 2005.

Em 2009, produziu “Cédric Andrieux” (2009) no âmbito da série de performances questionando a experiência e o conhecimento dos performers, que agora inclui Véronique Doisneau (2004), Isabel Torres (2005), Pichet Klunchun e Jérôme Bel (2005) e Cédric Andrieux (2009). No mesmo ano surgiu “A spectator” (2009). É uma palestra realizada por Jérôme Bel que consiste num monólogo de uma hora no qual ele relata ao público algumas experiências que teve enquanto simples espetador.

Em 2010, cria com Anne Teresa De Keersmaeker “3Abschied” (2010), uma performance baseada na “The song of the Earth” de Gustav Malher na versão de Schönberg.

Em 2012, produz “Disabled Theater” (2012), uma peça com uma companhia situada em Zurique, Theater Hora, constituída por atores profissionais com dificuldades de aprendizagem.

Em “Cour d’honneur” (2013) encena catorze pessoas a falar acerca das suas experiências enquanto espetadores na Cour d’honneur (corte de honra) do Palácio dos Papas no Festival de Avignon.

Em “Gala” (2015), o coreógrafo encena juntamente com pessoal profissional do campo da dança e amadores vindos de diferentes antecedentes.

Em “Tombe” (2016), performance criada no convite da Ópera Nacional de Paris, Jérôme Bel sugeriu a alguns bailarinos do balé que convidassem, para um dueto, a pessoa com quem nunca partilhariam o palco.

Os filmes do seu espetáculo são apresentados em bienais de arte contemporânea e em vários museus.

Em 2013, é editado (Les Presses du Réel) “Emails 2009-2010”, escrito com o coreógrafo francês Boris Charmatz. Este livro é publicado online e em inglês por Les Presses du Réel, em 2016.

Jérôme Bel recebe um Prémio Bessie pelas performances do “The show must go on” em Nova Iorque em 2005.

Em 2008, Jérôme Bel e Pichet Klunchun receberam o Prémio Routes Princess Margriet pela Diversidade Cultural (Fundação Cultural Europeia).

Em 2013, “Disabled Theater” (2012) foi selecionado para Theatertreffen em Berlim e ganhou os Prémios de Dança Suíços – Trabalhos Atuais de Dança.