Bendik Giske move os seus dedos com firmeza e delicadeza pelos limiares da música; Romeu Runa deixa-se ser invadido e tomado pela dança até que o seu corpo experimente o desgaste. Entregues ao desejo obsessivo de vagar, num transe hipnotizante, o saxofonista norueguês e o bailarino e ator português encontram-se no Panteão Nacional, em Lisboa, para um acontecimento único. Nesta encomenda da BoCA, os artistas refletem sobre o tempo e o movimento a partir das repetições oscilantes e infinitas do desejo – responsáveis também por formar e aperfeiçoar as suas próprias vozes e estados naturais de expressão. 

Evocando a memória e a autobiografia do escritor Samuel Delany, cuja obra compreende a imaginação de futuros queer através da lente da ficção científica afrofuturista, Bendik Giske e Romeu Runa criam uma atmosfera meditativa que nos leva ao êxtase pela recorrência dos elementos que “se repetem ao longo de qualquer dia, de qualquer vida, incidentes que constituem ao mesmo tempo o basal e o quotidiano – acordar, pequeno-almoço, almoço, jantar, lavar, eliminar, dormir –, bem como as ascensões e quedas infinitamente repetidas do desejo” (The Motion of Light in Water: Sex and Science Fiction Writing in the East Village, 1988).


Comissão e produção:
BoCA – Biennial of Contemporary Arts
Apoio: DGPC / Panteão Nacional

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