A Tralha
“A Tralha”
Capicua é nome de artista, de rapper, de escritora, de uma voz feminina potente na sensibilidade e crítica à sociedade e à política. Na permanente reinvenção de si própria e na procura de formatos originais – “Mão Verde” (2015) um concerto feito em torno de lengalengas para alertar os mais novos para a natureza e os produtos naturais é apenas um exemplo – chega agora a sua estreia em teatro.
A Tralha é um quase monólogo sobre acumulação. Um ensaio sobre o desperdício e a obsolescência em forma de narrativa pessoal. Uma reflexão sobre os objetos que nos rodeiam, que nos servem de extensão, que contêm as nossas memórias e que nos servem de interface com o mundo. Sobre os objetos que manipulamos e com os quais definimos as coreografias que inscrevemos no espaço e as nossas rotinas. Sobre as coisas em que nos afundamos, num planeta afogado em plástico e em que o que tomamos como descartável é afinal indestrutível. Sobre as coisas cujo peso é muito maior do que o que podemos carregar. Uma dissertação emocional que parte da história de um homem que fica sozinho, nos longos meses de confinamento, rodeado de matéria inerte, entulho e recordações. Um espetáculo com texto de Capicua, corpo e voz de Tiago Barbosa e algumas interferências poéticas de outros autores.
Texto, direção, performance: Capicua
Co-criação e interpretação: Tiago Barbosa
Música: Pedro Geraldes
Colaboração visual: Maria Trabulo
Produção: BoCA
Co-produção: Teatro Viriato
Apoios: DG Artes, Fundação GDA
Residências artísticas: CRL – Central Elétrica, mala voadora
“A Tralha” é uma comissão da BoCA Bienal de Artes Contemporâneas 2021